A escolha do ponto comercial é um passo muito importante na hora de abrir uma franquia. Em grande medida, ela definirá seu sucesso, portanto a decisão não pode ser impulsiva. Por mais que você tenha obtido um bom preço no aluguel ou uma localização incrível, é preciso saber de sua compatibilidade com o modelo do negócio.
São diversas as variáveis a serem levadas em conta. Afinal, o comércio é uma atividade complexa, pois são inúmeros os fatores que influenciam a decisão de compra de um consumidor — e você precisa tê-los em mente.
Para ajudá-lo, preparamos este artigo bem completo. Continue a leitura e confira o que não pode ficar de fora da sua análise!
Localização
Escolher a localização de um negócio é uma arte. Muitos fatores devem ser levados em conta, como você verá a seguir. Mas, neste item, estamos falando do status que uma localização dá a um produto. Os bairros nobres — muito bem-vistos — podem acrescentar status a uma empresa e, por outro lado, afastar alguns clientes.
Vias de acesso
Trata-se de outro ponto essencial, que não pode ser esquecido. As vias de acesso não influem somente na atração dos clientes, mas em toda a cadeia produtiva.
Afinal, caso a companhia esteja localizada em pontos de difícil acesso, os fornecedores podem cobrar mais caro, os funcionários precisarão de mais auxílio para o transporte e você provavelmente gastará mais com o seu próprio deslocamento. Além disso, a oferta de delivery pode ser bastante dificultada.
Mas ainda há mais a observar! Às vezes, você se instala em uma via movimentada, porém de acesso principal na sua região. Assim, não haverá espaço para estacionamento e o trânsito de pedestres será baixo — no caminho de volta para casa, estressados, eles não vão querer parar para se alimentar.
Movimento em diferentes horas do dia
Antes de analisar esse ponto, você deve ter definido o período em que a loja ficará aberta e quais são os horários em que espera (e deseja) uma maior movimentação. A partir disso, há alguns fatores que precisam ser levados em consideração:
- se o objetivo é funcionar principalmente durante o horário comercial (8h até 18h), deve ser escolhido um local com muitas empresas, comércios e fluxo de pessoas;
- caso espere um pico durante o almoço, estar ao lado das grandes empresas da região ajuda muito;
- se espera um pico durante o café da manhã e no final da tarde, quando as pessoas voltam para suas casas, opte por locais que tenham muitos pontos de ônibus e estacionamentos;
- para funcionar no período noturno (até 23h), veja onde há faculdades grandes, que ofereçam muitos cursos durante a noite;
- se o foco é a madrugada (23h até 6h), verifique onde está a vida noturna da sua cidade e não abra mão de funcionar nos finais de semana.
Comércio da região
A maioria das pessoas tende a querer resolver todos os seus problemas de uma só vez. Assim, elas vão pagar contas, fazer suas compras e visitar lojas em locais com comércio diversificado, como as regiões centrais e os shoppings.
Além disso, por já estarem fazendo compras, tais indivíduos se tornam mais propensos a gastar. Então, embora a concorrência seja maior, é melhor abrir um estabelecimento nesses lugares do que em outros menos variados.
Infraestrutura
Quando nos referimos à infraestrutura, estamos falando tanto da escolha do imóvel de instalação quanto da região. O ideal é evitar lojas em que seja preciso fazer reformas muito amplas, pois a maior parte das benfeitorias não será ressarcida nos casos de locação.
Isso também atrasa a abertura do negócio e aumenta os custos. Portanto, deve-se tomar uma decisão arriscada somente se o ponto for realmente irresistível. Mas, para tanto, recomenda-se consultar a opinião do suporte do franqueador.
Em relação à infraestrutura local, é preciso observar:
- a iluminação noturna, que contribui para a sensação de segurança dos clientes,
- se há calçadas amplas e conservadas, que permitam um fluxo grande de pedestres,
- a presença de estacionamentos gratuitos ou rotativos,
- a deterioração das construções da região, que pode afastar consumidores.
Concorrência
Primeiramente, vamos esclarecer o que é concorrência direta e indireta. A primeira é aquela que vende produtos semelhantes aos seus para um público bem próximo ao do negócio.
Então, se você abrir uma franquia de pão de queijo para a classe AB, todas as lanchonetes que fornecem lanches rápidos serão concorrentes diretos. Já os concorrentes indiretos são os que competem no ramo da alimentação, mas com produtos e públicos diferentes, como restaurantes que fornecem almoços.
No caso da concorrência direta, procure saber por quanto tempo os estabelecimentos estão no local e qual é a percepção dos consumidores a respeito da qualidade dos serviços prestados. Se forem tradicionais e bem avaliados, você terá de investir bastante para quebrar o hábito e as relações afetivas do cliente com o concorrente.
Muitas vezes, esse vínculo é tão forte que, mesmo investindo em marketing e ofertando produtos superiores, não será possível conseguir muita coisa. Mas, se os itens forem relativamente novos, você deve avaliar a qualidade do seu produto. Caso seja superior e com preços adequados, não tenha medo: serão atraídos muitos clientes insatisfeitos. Inicie já uma campanha de marketing pesada!
No caso da concorrência indireta, por outro lado, não há com o que se preocupar. Ela somente “roubará” seu público ocasionalmente e pode até ter um efeito positivo. Por vezes, as pessoas se cansam de comer a mesma comida e frequentam outro local.
Já nos shoppings, o raciocínio é diferente: a concorrência é inevitável. Você deve escolher aqueles mais movimentados, tradicionais e em regiões nas quais muitas pessoas circulam. O alto fluxo de indivíduos (e as filas) reduzem os outros fatores.
Perfil socioeconômico dos moradores
Ao abrir um negócio em bairro residencial, será preciso analisar o perfil socioeconômico dos moradores e os hábitos que têm. Muitos empreendedores, confiantes da qualidade do seu produto, acreditam que a oferta criará a demanda, ou seja, os consumidores vão se adaptar ao preço.
No entanto, há muito tempo essa ideia já caiu em descrédito na economia. Inicialmente, pode haver uma explosão do estabelecimento pelo fator novidade, o qual gera uma impulsividade que leva as pessoas a gastarem mais. Porém, a longo prazo, elas começarão a raciocinar a respeito do custo-benefício do seu produto.
Com isso, o negócio vai ter de se ajustar ao poder aquisitivo da região, o que pode levar ao prejuízo (dependendo de seus custos). A menos que você tenha um produto muito exclusivo, não suponha que clientes de outras áreas virão em busca da marca. Então, saiba a precificação ideal para os itens e somente se instale em locais que possam pagar por eles.
Segurança
Por fim, não podemos deixar de falar da segurança. Evite lugares que fiquem ermos em algum momento do dia, não contem com um bom policiamento ou tenham má fama. Isso vai expor o negócio aos riscos da criminalidade, além de afastar clientes. Nesse caso, a fama pode até ser falsa, mas a reputação importará para o público.
Como você deve ter percebido, a escolha do ponto comercial é bastante complexa. Um erro na análise de qualquer fator envolvido pode decretar o fracasso precoce de um negócio. Mas, no caso das franquias, você contará com o suporte de excelentes conselheiros: não deixe de procurá-los na hora de decidir.
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